O Desenvolve Agreste é um espaço plural, democrático, participativo, independente, formado por uma rede de pessoas (profissionais liberais, professores, estudantes, servidores públicos, empresários, membros de organizações da sociedade civil, agricultores, trabalhadores, profissionais de imprensa) envolvidos no propósito de promover o debate, estudar, pesquisar, difundir informação e conhecimento, trocar experiências e propor alternativas para o desenvolvimento econômico sustentável da região agreste meridional do estado de Pernambuco.
O foco no desenvolvimento econômico é proposital e decorre da necessidade de enfrentamento do MAIOR problema verificado há várias décadas nessa região, que é o desemprego, a escassez de postos de trabalho, a falta de perspectiva de futuro para jovens e adultos. Ademais, dentre as 12 regiões de desenvolvimento de Pernambuco, esta porção do agreste (juntamente com a região mata sul) é a que apresenta os piores indicadores sociais do estado, como será visto mais a frente, razão que, por si só, já justificaria a criação de um espaço como esse.
Sensibilizar, convidar para o debate, compreender as causas desse subdesenvolvimento, e observar como outras regiões subdesenvolvidas enfrentam estes desafios é um dos principais objetivos dos colaboradores deste espaço.
Do mesmo modo, contribuir para a articulação de atores dos três níveis de governo, da sociedade civil, da universidade e da classe empresarial, com vistas à superação destas dificuldades, é também nossa intenção.
Desde fins da década de 70 e início dos anos 80, quando o modelo de desenvolvimento centrado no “Estado-empresa” (criado no período do pós-guerra) deu sinais de esgotamento, técnicos de organismos internacionais e de governos nacionais, estaduais e municipais têm buscado criar novos modelos, estratégias e políticas públicas capazes de reduzir as desigualdades regionais e promover o desenvolvimento de localidades excluídas do processo de globalização.
A ONU, através do seu Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD); o Banco Mundial, através do seu Programa Cities of Change (Cidades de Mudança); o Governo Federal por intermédio de sua Política Nacional de Desenvolvimento Regional; e o Governo de Pernambuco através de sua Agência de Desenvolvimento (AD/Diper), além de diversas entidades que desenvolvem iniciativas voltadas à geração de renda, oferecem vasto material e exemplos de boas práticas que serão trazidos até aqui. Estes materiais e muitos outros (produzidos pelas universidades e governos), além das experiências de prefeituras da região, serão disponibilizados neste espaço para servirem como base teórica e como fonte de inspiração e aprendizado para nossa ação.
Valendo lembrar que, apesar de o foco ser o desenvolvimento econômico, por razões já explicadas, trabalhamos com o conceito de desenvolvimento na sua visão ampla, holística. Ou seja, desenvolvimento é tomado aqui como os esforços articulados dos diversos atores de uma comunidade ou região em busca da melhoria da qualidade de vida de sua gente, considerados aí os aspectos econômicos, sociais, políticos, ambientais e sobretudo humanos – traduzidos no trabalho consciente e articulado de se criar uma região cada vez melhor para se viver, onde seja possível (para as atuais e futuras gerações), nascer, crescer, constituir famílias e sobreviver de seu próprio trabalho, sem a necessidade de migrar para outras regiões.
Por fim, é oportuno dizer que buscaremos centrar no conhecimento técnico de estudiosos e nos saberes existentes nas diversas comunidades da região, bem como na cooperação e na política com “P” maiúsculo, aquela que reúne atores e instituições, enfrenta desafios e produz resultados. Buscaremos passar à margem das guerras ideológicas, dos preconceitos (de qualquer ordem), comportamentos que infelizmente têm prejudicado fortemente a sociedade brasileira nos últimos anos. A ordem aqui é respeitar as diferenças, praticar a tolerância, focar naquilo que nos une e enfrentar os desafios que a realidade nos apresenta.